XI Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telesaúde

Dados do Trabalho


Título

Uso de telemedicina no manejo de pacientes com doenças cardiovasculares em uso de anticoagulação oral: uma revisão sistemática e metanálise

Resumo

Introdução: A telemedicina desempenha um papel crucial na melhoria do acesso à saúde ao facilitar interações eficientes entre pacientes e provedores de assistência médica. Nesse contexto, a terapia de anticoagulação oral emerge como um campo com grande potencial para se beneficiar das atuais ferramentas de telessaúde. Objetivo: Revisar sistematicamente publicações acerca do uso de ferramentas de telemedicina no apoio ao manejo terapêutico de pacientes em uso de terapia anticoagulante oral. Método: Uma busca abrangente foi conduzida em 5 bases de dados (MEDLINE, Embase, Cochrane, LILACS e Google Scholar), com artigos publicados até dezembro/2023, realizando-se remoção de duplicatas e triagem por pares. Foram incluídos apenas os ensaios clínicos randomizados que descreviam desfechos de interesse (incidência de eventos tromboembólicos totais, episódios hemorrágicos maiores, episódios hemorrágicos totais e mortalidade). Os resultados foram agrupados usando modelos de efeitos aleatórios. Resultados: A busca eletrônica identificou 20.845 registros. Após remoção de duplicados e triagem, foram selecionados 38 ensaios clínicos randomizados (29.650 pacientes; 55,6% homens; média de idade variando entre 50 e 71 anos). O processo de intervenção contou com cerca de 8 abordagens distintas, sendo as mais comuns assistência por meio de algoritmo (50.0%), suporte telefônico (7.8%), sistema de suporte à decisão (7.8%), aplicativo (10.5%), lembretes (10.5%), tele-educação (5.3%), intervenção multifatorial (5.3%) e outros (2.6%). O uso de ferramentas de telemedicina foi associado à redução do risco de episódios hemorrágicos totais (risco relativo [RR] 0,75; intervalo de confiança [IC] 95% 0,56-0,99; I2 71%), e uma tendência de redução de sangramentos maiores (RR 0,87; intervalo de confiança IC 95% 0,75-1,02; I2 9%). Não foram observadas diferenças no risco de eventos tromboembólicos (RR 0,90; intervalo de confiança IC 95% 0,70-1,41; I2 10%) e mortalidade (RR 0,95; intervalo de confiança IC 95% 0,80-1,12; I2 10%). Conclusão: Em pacientes em terapia anticoagulante oral, foi observado que o uso de ferramentas de telemedicina está associado a redução do risco de complicações hemorrágicas quando comparado ao cuidado usual. Isso ressalta a segurança e o potencial dessas ferramentas no gerenciamento terapêutico desses pacientes.


Área

Tecnologias Digitais para Assistência Remota em Saúde - Telemonitoramento e Avaliação em Saúde

Autores

GABRIELA TEODORA DE SOUZA SANCHES, Lara Mattos Pires, Ana Carolina de Almeida Bastos, Amanda Abrantes Abreu Costa, Eliabe Silva de Abreu, Milena Soriano Marcolino