XI Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telesaúde

Dados do Trabalho


Título

TELEMEDICINA E DILEMAS ÉTICOS: UMA PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE MEDICINA DO CICLO CLÍNICO DURANTE AVALIAÇÃO FORMATIVA

Resumo

INTRODUÇÃO. A pandemia da COVID-19 trouxe uma série de modificações importantes no uso de tecnologias educacionais para atividades didático-pedagógicas das instituições de ensino em saúde. Nesse cenário, a prática da telemedicina foi regulamentada no Brasil enfatizando a segurança, privacidade dos dados médicos e mantendo a confidencialidade e integridade das informações. Diante disso, é importante capacitar e propiciar reflexões éticas no ensino médico acerca destas novas “mudanças”, de modo que futuros profissionais possam garantir a qualidade da assistência e preservar o sigilo médico. OBJETIVOS. Descrever o desenvolvimento de cenário em exame clínico objetivo estruturado (OSCE) de curso de medicina envolvendo o uso da telemedicina, bem como a percepção de estudantes frente a dilemas éticos envolvidos. MÉTODOS. Trata-se de estudo qualitativo de caráter exploratório aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Utilizada amostra de conveniência com acadêmicos do curso de medicina de instituição de ensino. Os dados qualitativos foram tratados e analisados de acordo a técnica de análise temática, teorizada por Bardin. RESULTADOS. O OSCE consiste em uma avaliação formativa organizada em estações de atendimento. Foi implantado estação virtual que demandava atendimento via telemedicina, de uma paciente já acompanhada pelo serviço assistencial, que necessitava de um atendimento considerado de “urgência”. Ao iniciar a abordagem, a paciente informava que a demanda se tratava para um familiar seu, desejando saber informações acerca das condutas adotadas por outro serviço, bem como a interpretação do resultado de exames. Dos 150 estudantes de medicina vinculados ao semestre, 114 participaram deste estudo respondendo questionamento sobre percepção de conflito ético trazido pelo cenário descrito anteriormente. Os dados qualitativos foram categorizados em ‘fuga do tema’, ‘não identifica problema ético’ e ‘identifica problema ético’, sendo esta última subcategorizada em ‘Não respeito à privacidade do paciente’, ‘Respeito ao sigilo médico’, ‘Falta o consentimento do paciente’, ‘Conclusão sem informações completas’, ‘Opinar sobre diagnóstico e conduta sem ser o médico assistente’ e ‘Ser consulta não presencial’. CONCLUSÃO. A utilização de cenário de telemedicina e dilema ético em OSCE mostrou ser uma ferramenta didática que auxilia no processo de formação de novos profissionais e permite o desenvolvimento de competências por parte dos estudantes.

Área

Tecnologias Digitais para Educação em Saúde

Autores

RAFAEL CARNEIRO DE LELIS, MARTA SILVA MENEZES, Mary Gomes Silva, Mauro Oliveira Santos, Arthur Santos Lima, Carolina Villa Nova Aguiar